Este trabalho busca analisar os
princípios de configuração hierárquica em atuação no que diz respeito ao
trabalho no balcão de padarias, onde funcionários servem pequenos lanches aos
clientes, no Brasil. Defendo que, embora haja uma divisão das tarefas entre os
balconistas, este não é um fator marcante no modo como eles concebem suas
relações entre si e com seu trabalho. Sob o pano de fundo de uma extrema
rotatividade e condições de trabalho difíceis, perpassa essa divisão do
trabalho outro princípio muito mais relevante: o tempo de permanência no
emprego, que distingue uma "elite" dos "novatos" em termos
não só de uma maior experiência, mas também de valor como trabalhador. Uma
análise mais atenta revela, porém, as dificuldades de se enquadrar essas
relações em um esquema fechado: se alternarmos o foco de onde partimos, essa
configuração aparentemente simples entre antigos e novos se mostra incompleta
ao ocultar o caráter essencialmente individual e relacional pelo qual se
atualiza, bem como os paradoxos que carrega: ao mesmo tempo em que confere aos
balconistas um suporte simbólico para lidarem com o penoso trabalho no balcão,
sua apropriação e atualização dificulta ainda mais a permanência dos que
chegam. Deste modo, proponho discutir também as estratégias adotadas pelo
pesquisador para construir seus dados, confiando que esses não são fatores
menores de uma pesquisa etnográfica.
Este sitio reúne las ponencias presentadas en el Congreso Argentino de Antropología Social (CAAS- 2014), en particular los trabajos expuestos en el GT 43: “Antropología del trabajo y de los trabajadores. Problemas, enfoques y perspectivas” coordinado por Verónica Vogelmann, Julia Soul, Hernán M. Palermo y Nuria Giniger
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